Não podia recusar esse chamamento, sobretudo porque eu sou uma Jatobá, e o jatobá é a faxineira do ar, arvore que mais seqüestra carbono na atmosfera.” Assim, imersa na área que escolheu abraçar, Rosana Jatobá explica por que não podia fugir do tema ambiental, já predestinado na própria assinatura.
Com uma carreira repleta de viradas, a jornalista diz estar pronta para a etapa já em curso desde maio deste ano. Após deixar a TV Globo, onde atuou por 12 anos e ficou nacionalmente conhecida como a “garota do tempo”, aposta no futuro – dela e do planeta – em projetos ligados à sustentabilidade.
A primeira mudança na carreira foi ainda na terra natal, Salvador. Então advogada concursada da Procuradoria do Trabalho da capital baiana, aproveitou a flexibilidade de horário para terminar a faculdade de jornalismo, o que lhe rendeu o primeiro estágio como repórter na Band local.
Hoje, apresenta o programa “Tempo Bom, Mundo Melhor”, de segunda a sexta, às 13h, na Rádio Globo, em que dá dicas de atitudes cotidianas associadas à sustentabilidade. E adianta: “Estou escrevendo um livro, fazendo meu programa na rádio Globo e até o fim do ano lanço meu portal, o ‘Universo Jatobá’ ”. Confira abaixo a entrevista
exclusiva à IMPRENSA:
IMPRENSA – Como foi a transição da advocacia para o jornalismo?
Rosana Jatobá - Meu pai é juiz de direito, alguns tios também. Fiz direito e jornalismo ao mesmo tempo. Logo que me formei advogada, passei no concurso do Ministério Público Federal e lá eu tinha um turno livre. Concluí o curso de jornalismo mais por rigor intelectual, pois não pensava em exercer. Achava a rotina estressante, ingrata, de muito trabalho e pouca remuneração. Antes mesmo de me formar, consegui um estágio na Band de Salvador. A contragosto da família, decidi pedir exoneração da Procuradoria. Eu tinha ainda a segurança de poder trabalhar no escritório
do meu pai, mas renunciei a tudo isso.
Você ficou incomodada de poder ficar conhecida como a "garota do tempo"?
No início, confesso que me incomodou. Achava que aquilo me desviaria do foco, por causa do estigma da função, de ser algo vazio e descontextualizado da questão jornalística. Comentei isso com o Fernando Gueiros, que era o gerente de operações, e que me fez o convite. Ele falou que eu ganharia visibilidade, que conseguiria apresentar os outros telejornais e que teria uma rotina mais tranquila para marcar minhas reportagens, ser mais dona do meu horário. Enxerguei estes pontos positivos e toquei adiante. Além disso, pensei que não poderia recusar esse chamamento, sobretudo porque eu sou uma Jatobá, e o jatobá é a faxineira do ar, a árvore que mais sequestra o carbono na atmosfera (risos).
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